quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Minha primeira tentativa de etnografia ^^

Pretendo exprimir aqui um trabalho de campo cuja metodologia remonta a Bronislaw Malinowski. Este autor introduziu a etnografia entre os métodos da antropologia, sendo este considerado por alguns autores o grande método da antropologia. Porém, nesta suposta etnografia não se encontrarão perfeitas as três fases do método, já que não há tempo nem capacidade para tal. Por exemplo, não haverá documentação estatística; a tipologia dos comportamentos não estará devidamente aprofundada e a compreensão do modo de vida do “nativo” é problemática, visto que lido com minha própria cultura e meu próprio conjunto de crenças religiosas. O choque do espanto e a compreensão do óbvio são comprometidos. Já descritas estas dificuldades, cabe acrescentar que apesar de o método ter sido desenvolvido por um funcionalista, a ótica à qual pretende-se obter conjura perspectivas culturalistas; sendo referência os textos de Margareth Mead – “Sexo e Temperamento” e Ruth Bennedict – “Padrões de Cultura”; ambos apresentados em aula. O culturalismo julgará a cultura como determinante nos padrões de comportamento e nas relações entre os indivíduos numa sociedade.
O objeto de estudo aqui é o II Simpósio de Estudos e Práticas Espíritas em Pernambuco (enfatizando a primeira palestra e dois momentos de intervalo, devido ao espaço limitado de 3 páginas), realizado no Teatro Guararapes - Centro de Convenções nos dias sete e oito de julho(sendo de 20 reais o custo por todos os dias).Tal encontro consistiu em palestras sobre diversos assuntos, práticas sobre o passe, momentos de arte como a apresentação do cantor Nando Cordel e, por fim, a psicografia de cartas direcionadas às famílias que pediram e a leitura das mesmas. Estive presente no último dia do simpósio e dirigi minhas atenções às palestras, aos palestrantes, ao público durante as palestras e na hora do intervalo. Tive como acompanhantes fiéis a minha tia e o livro Modernidade Líquida, escrito por Zygmunt Bauman (que me trouxe algumas reflexões interessantes sobre a observação).
Chegamos por volta das nove horas da manhã, a hora do intervalo. Estranhei: a quantidade de cabeças prateadas no pátio era enorme! A média dos participantes deveria estar entre os 40 anos de idade. Pouquíssimos jovens, poucos homens. Até entre a maioria idosa havia poucos homens. De forma que as minorias não se desagregavam: das 10 pessoas negras que consegui observar, oito formavam casais. Entre os jovens, a mesma coisa: os casais imperavam. Só para que se tenha consciência das proporções de que atento, houve gente suficiente para lotar a parte de baixo e preencher metade das cadeiras de cima do Teatro Guararapes. Os indivíduos iam e viam, lotavam as mini-lojas de livros espíritas, e tudo parecia uma grande dispersão. Uma massa desorganizada e desorientada, digna de relação com os romances de José Saramago. Enfim, o fato mais emocionante depois da constatação de um público ligeiramente elitizado foi a reclamação que eu levei de um segurança: eu havia deitado no banco. A prerrogativa do descanso me fora negada sob o risco de um “acidente” - piada do segurança, é claro. Havia uma número considerável de seguranças armados.
Hora da primeira palestra. Desloco-me para a parte frontal do auditório, à esquerda, e observo um público tenso, na agonia da espera, até que sobe ao palco uma carioca, e se inicia um discurso emotivo e emocionante. Vibrei. Não só pelo fato de ela mostrar suas dores, mas pela identificação do público e, não menos importante, pelo conceito de desentendimento entre casais que ela demonstrou. Por acaso o “marido bruto e desinteressado pela mulher” e a esposa “ciumenta, encrenqueira, possessiva” não seria uma clara explanação sobre a maneira como a nossa sociedade associa temperamento a sexo? O estereótipo do filho que usa drogas e a filha “promíscua” também não o seria? Na platéia, pude observar algumas cabeças balançando positivamente enquanto a emotiva palestrante, às lágrimas, prosseguia. Um ponto interessante do ethos espírita talvez seja o universalismo; a vontade de aceitar outras religiões e culturas - ao menos nas palavras. O tema central da palestrante era associar ciência e religião, utilizando a pesquisa mostrada no filme “Quem somos nós”, em que se mostra uma pesquisa sobre os arranjos estruturais da água e como os cristais formados na água em contato com bela música, emoções como amor e carinho eram mais belos que os cristais da água em situação contrária. Outra característica a se observar se encontra na oração final da palestrante, no pedido a Deus que lhes desse a “palavra certa”, para que não existissem mais lares de idosos, orfanatos, hospitais, doenças: ou seja, para que não existisse tanto sofrimento. Uma mulher, sentada à minha frente, soluçava. Várias pessoas abaixaram a cabeça em um choro realmente comovente. Poucos viram a senhora carioca retratando-se: agora ela pedia perdão a Deus por tentar mudar o mundo, pois ela apenas nunca seria capaz. Ela pedia para ter forças e melhorar o próprio lar. Bela demonstração de afeto aos seus “irmãos”, já que mudar os outros sob sua perspectiva não traria crescimento, mas este se apresentaria se ela procurasse melhorar a própria perspectiva.
Na saída da palestra, ainda no fogo da bela idealização provocada pela palestra emocionante, entre as largas escadas que dão acesso ao pátio, o comportamento dos indivíduos tomava sua conotação mais marxiana. Enquanto eu e minha tia, vagarosamente discutíamos sobre a palestra, recebemos trombadas e olhar de raiva por quem se mostrava atrás de nós. Lá, um grupo de senhoras, as calmas e felizes; tantas das que choraram e aplaudiram de pé a expositora e suas idéias, corriam, agitavam-se com seus corpos moles, competindo ávidas por um lugar ao sol: era hora do almoço. Logo duas filas imensas se formaram e as pessoas nervosas, mal educadas, furavam fila, rapidamente esqueciam da lição sobre amabilidade que ouviram na exposição. Será que, para não contrariar Bauman, as pessoas ali estavam apenas procurando verdades, certezas aproveitáveis? Será que, para boa parte da platéia, tudo era uma questão de auto-afirmação, de modo que elas agora possam viver suas vidas praticando pouco ou nada do que “são”, orgulhosamente, em teoria?
O restaurante dispôs de duas entradas, na qual formaram-se duas filas que se serviam de forma rotatória. Entrega-se a ficha escrita “almoço” e a escrita “refrigerante” e entra-se no estabelecimento. O refrigerante: é lógico que era coca-cola. A grande maioria escolheu esse exemplo de filantropia e caridade cristã. Dois tipos diferentes de feijão, arroz, salada e carnes: do gordo ao light. “Garçonetes” serviam a comida nos pratos das pessoas: uma espécie de controla da quantidade de comida posta? É certo que havia muita comida nos pratos que, rapidamente, eram agrupados em mesas de plástico - dessas que é possível juntá-las e fazer uma cadeia de mesas, uma imensa festa. Porém, Mesas todas separadas. Nada mais que mesas e cadeiras vermelhas dispostas da mesma forma que encontramos. Será que esse povo é tão respeitador das normas que sequer se sentiram na liberdade de unir as mesas para almoçarem juntos? Ao menos enquanto pude observar (entre quarenta e cinqüenta minutos foi o tempo que permaneci no restaurante), dois era o mínimo de quatro era o máximo de lotação às mesas. Quando eu e minha tia nos levantamos para sair, afinal de contas o restaurante não suportaria todos os indivíduos ao mesmo tempo e era preciso ser complacente com os que esperam lá fora, pude observar novamente que não havia união de mesas. Pessoas separadas. Seja no almoço, seja no alvoroço que o pós-almoço trouxe à livraria espírita. Seja mesmo na brilhante manifestação artística de um tecladista que tocava clássicos de Mozart, na qual, quando eu tentei “entrar na roda”, por vários lugares, recebi olhares de inconveniência. É como se a presença de alguém ali, alguém de bota preta e camisa preta, quebrasse o sonho da melodia: incomodasse por ser físico, ao invés de metafísico. Pude notar acontecimentos como esse em todo o tempo que observei. Pessoas atrás de suas certezas, suas verdades. Os aplausos ao tecladista; os olhares de lado enquanto ele tocava. É difícil prestar atenção a tudo que um artista faz, mas para a grande maioria presente talvez bastasse estar ali. Será que alguns também perceberam o quanto estavam sós?






Bibliografia:
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. p.: 7-39.
MEAD, M. Sexo e temperamento.p.: 277-303.
BENEDICT,R. Padrões de cultura. p.: 58-70.

16 comentários:

Anônimo disse...

Rapha, é um texto fantástico....
É uma lástima que tantas pessoas ouçam, vejam, sintam (se é que realmente sentiram)exemplos de vida, de dor, de superação, de morte, de espírito e... enfim... não há descrições para determinadas ações.... indiferença, preconceito, desrespeito, desatenção...... eu custo a acreditar que a busca da fé em algo maior, seja qual for a forma desse ser superior, ou em quantos se acredite, seja apenas uma desculpa para que as pessoas se tornarem membros do rebanho desgarrado em busca de salvação...
ufaaa..... cansei de tudo isso!
"Naanu"

asadebaratatorta disse...

sempre acrescentando, minha grande amiga Naanu ^^

muito obrigado por ler até o final. Muito obrigado por ter lido esse blog todo e ter expressado sua opinião ;D

Você é a "anônima" mais bem-vinda aqui ;D

;*

Anônimo disse...

obrigada pela recepção, meu amigo... a verdade é que suas palavras são sábias e importantes para mim... você sabe do que eu tô falando.... meu espírito se alimenta de alguma forma.... boa.
"Naanu"

Altiere Freitas disse...

Oi Raphael... muito boas as analogias e impressoes..que vc conseguiu ter nessa curta e imperfeita etnografia ( pelos motivos que vc aludiuuuu..no inicio do txt). Fico bastante feliz por ter conseguido aliar uma sensibilidade devaneiadora com uma capacidade de sitese perfeita. Seguindo seu exemplo, resolvi postar minha etnografia tmb.. não conseguiu atingir a sua capacidade descritiva, mas creio que a fiz com todo carinho...ehehe

abç parabens...velhow..

Anônimo disse...

Eu já li esse texto ..
Ou pelo menos até certa parte dele (o final, pelo que me lembro é novo)

Ótimo texto meu amigo
agora vou tentar dormir ..
Uma mente cansada não combina com um espírito atormentado

;*

asadebaratatorta disse...

Muito obrigado a todos vcs que tiveram saco pra ler!!! ^^

prussiana disse...

"quebrasse o sonho da melodia: incomodasse por ser físico, ao invés de metafísico". Gostei dessa parte da parte que eu ainda não tinha lido. Mas será que é realmente ruim?

Anônimo disse...

É Raphael eu também venho sentido essa desagregação entre as pessoas no que denominam "pós-modernismo", eu tendo a achar que essa é mais um certeza da qual as pessoas se apegam. Eu tenho percebido que na maioria das coisas que escrevo está um pouco impregnada dessa percepção que vc nos mostra claramente na etnografia. Eu não consigo naturalizar essa forma hipócrita de visão de mundo. É como se fossemos impelidos a aceitar passivamente a desgraça humana. Creio que como nós, várias pessoas acreditam que o viver pode ser bem mais verdadeiro do que essa realidade de se afigura no mundo. Pensemos então que de alguma forma que tudo pode ser diferente, pelo menos essa incerteza é individual, e portanto um pouco verdadeira....

asadebaratatorta disse...

Boa pergunta, mow ;D Sabe... eu acho que por um lado é muito bom ,mas por outro é ruim. A perspectiva de transcender ao físico é ótima, ou, como em outro trecho, já mais perto do final, "estar ali" é rodear-se daquilo que os completa. Porém, não há necessidade de direcionar maus olhares ao outro apenas por este ali também permanecer. A questão talvez seja 'como perceber o outro'. Isso que eu escrevi teve mais sentido negativo por se excluir o outro da possibilidade de sentir o mesmo que você. Segundo a doutrina espírita, no caso de os verdadeiros espíritas estarem amáveis, felizes por transcender ao som da música, a presença física de um outro não deveria ser repelida, mas pelo contrário: reconhecida e desejada. Se o bom espírita cumpre com sua doutrina, ele quer que o outro sinta-se tão bem quanto ele, e o pega pelas mãos e diz: "veja o que eu também vejo. Sinta também a felicidade." Essa etnografia tá toda relacionada. Por isso, nos pontos de crítica dela eu critico quase sempre a mesma coisa: a questão da conduta ser essencialmente diferente da regra. A grande questão a que me coloco é "até que ponto as pessoas estão presas À busca da própria verdade que se sentem constragidas pelo outro apenas pelo fato de ele talvez possuir uma outra verdade?"
O sonho e o paraíso espírita de Kardec a Ramatis é coletivo e não individual. Uma certa quantitade de egoísmo é compreensível a todos, porém, a quantidade que eu captei foi um pouco maior e ,infelizmente, mais ou menos generalizada. Então, à beleza de transcender, eu sinto que nos falta perceber verdadeiramente o outro. Como seria o céu à noite se ele tivesse apenas uma pequena estrela? O quão só ela se sentiria sem ter o que amar além vazio?

Espero que tenha acrescentado ^^

asadebaratatorta disse...

E a desgraça não será o que nos espera. As formas de conhecimento verdadeiro são uma luta entre passado e presente; entre o modo de ver antes e depois do que se observa. Não acredito, portanto, que essa minha etnografia seja a prova do eterno fracasso humano e do desencanto. Acho essa visão do que significa imcompletude ou incoesão um tanto superficial. Acredito, porém, aí eu tenho que concordar com o sr., anônimo, na superação deste fato pelo reconhecimento do mesmo. Essa etnografia, como a maioria das coisas que eu produzo, não é racional apenas. Ela é essencialmente a expressão de como eu me sinto; na tentativa de sentir melhor. A incerteza e a falta, a visão da incompletude e imperfeição do ser apenas fere o ego e o orgulho; sucessivamente, a hipocrisia. A humildade não se machuca em ser considerada incompleta, pois disso ela já sabe e para além disso tenta transcender. As verdadeiras virtudes não se queimam no fogo da dor de não ser exatamente semelhante ao Deus que criamos. Deus este tantas vezes elevado pelo próprio ego humano. Esse fogo, esse sentimento que nos machuca porque somos também dotados de "obscuridades", é capaz também de nos libertar dos preconceitos e das garras do ego e do orgulho. É como eu me sinto quando faço boa crítica(por que eu estou sujeito a descrer, a criticar apenas para justificar minhas próprias faltas. Como há na etnografia, a crítica deve-se aplicar também a mim. Não sou juiz. Não quero impor meu modo de ver a todos sem rever nunca o meu próprio, ou sem notar e procurar entender o modo de ver do outro. Quero também superar minhas falhas e acredito que às vezes eu consigo ^^). Eu vejo uma luz boa que nos aguarda e cresce conosco. Eu tenho fé no que eu digo e se preciso rever minhas palavras e consertarminhas falhas, nem por isso desacredito. Eu tenho amor também. Me sinto bem assim. Queria que todos se sentissem tão bem como eu me sinto. Isso não seria, de alguma forma, bom, sr. Anônimo? ;D

Anônimo disse...

Tenho várias coisas a acrescentar à discussão, você acertou doc. ^^ ('acrescentar' eu não sei, mas 'dizer' pelo menos.)

Como espírita que também sou, acredito que somos todos espíritos, que estamos aqui encarnados, para aprender, evoluir, etc e tal que não me vem ao caso agora. O que me vem ao caso agora é que diz respeito ao físico: se estamos aqui encarnados, com corpos materiais, no nível de vibração em que estamos, é porque é aqui que devemos estar, aqui é o melhor para nós nesse momento de nossa existência. Sabendo-se disso, é totalmente incoerente e mesmo contraditório se incomodar "por ser físico, ao invés de metafísico". Não dá pra querer viver só no plano espiritual, porque aqui, o plano material, não só faz parte da nossa existência, como é a nossa "escola". E, assim como nas nossas escolas aqui, o aluno que gosta da escola, que sente prazer em ir a escola e aprender, aprenderá e se desenvolverá muito mais do que aquele que, infantilmente, faz pirraça porque tem que ir pra escola e, quando vai, vai de má vontade, com a mente fechada.

Estamos aqui para conviver com os outros, para aprender com os outros. Sozinhos não vamos a lugar algum. Já diz a máxima de Kardek: "fora da caridade não há salvação". O espiritismo tem como doutrina, fundamentalmente, o amor. Amor a si mesmo e ao próximo. Pega o Evangelho e vai ver se 'amor' não é de longe a palavra que mais aparece lá.

É difícl? É, é difícil, claro que é. Amar não é tão fácil, quanto mais a todos. Mas nossa evolução é trilhada no amor: mais evoluído é oespírito quanto maior for sua capacidade de amar. Nós, aqui, agora, ainda somos impregnados por muitas sensações e desejos materiais, por sentimentos individualistas - ainda temos o EU muito em evidência sobre o NÓS. Nosso planeta, apesar de também estar "evoluindo", continua com uma certa predominância do mal sobre o bem. É natural, estamos todos evoluindo, sempre.

O problema não está em ser assim. O problema, a (aproveitando a palavras de um dos anônimos aí de cima) HIPOCRISIA está em se dizer espírita, em se dizer seguidor da doutrina espírita, em chorar de emoção diante de relatos com relação à doutrina espírita, e, em uma simples roda, olhar feio, com repulsa, para alguém "por ser físico, ao invés de metafísico".

Mas bem... como eu disse, estamos na "escola". Não sou professor para classificar como certo ou errado o que os alunos fazem. Sou, pelo contrário, mais um aluno. Mas um aluno que ama a escola e que se sente feliz por estar nela e por tudo que aprende. O que digo aqui não é um julgamento, mas antes um conselho, ou mesmo uma mera opinião pessoal.

Como uma "escola", tenho certeza que ninguém sairá daqui sem estar preparado para o próximo estágio. Portanto, não se pode taxar ninguém como "caso perdido" - por mais que às vezes faltem perspectitivas de melhora ao nosso redor. Todos estamos evoluindo, sempre. Já é um grande progresso as pessoas terem conhecimento e crenças para não seguir. O próximo passo, naturalmente, seria segui-las, um progresso ainda maior.



Ééé, conseguiste me fazer super-empolgar. ^^

Não sou especialista para saber se é ou não é uma etnografia boa, confesso. Mas, uma opinião mais sincera e fundamentada que posso dar: um excepcional trabalho, Raphinha! ^^ De verdade. Quanto à opiniões intrinsecas, os melhores jornalistas não são capazaes de omitir seu ponto de vista em um simples relato em uma notícia. Acho que o importante é saber não deixar a opinião interferir mais do que ela deva. E não vejo nenhum problema quanto a isso no seu texto. ;)

Parabéns, viu? Tô meio esgotado de palavras pra elogiar direito, mas acho que um "parabéns" sincero diz bem. ;)

Anônimo disse...

nusga, ficou grande! =P

asadebaratatorta disse...

nossa, marcos! Vc escreveu mto! valeu por empolgar ^^

Hum, só pra esclarecer uma coisa, o fato de estar ali rodeado de um sentimento profundo, metafísico e transcendental mesmo não é de todo ruim, apesar de estarmos no mundo físico pelas razões que vcdesreveu muito bem. O fato de algumas pessoas possuirem a chance de entrar em contato com essas energias, segundo o ethos espírita é de extrema importancia e o que eu percebi de ruim foi o fato de as pessoas se fecharem dentro dessa emoção e deixarem de perceber o outro. O senhor deu um bom exemplo de espírita com esse comentário, doutor^^

Arthur de Bulhões disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Arthur de Bulhões disse...

A sua etnografia é bem ousada. E gosto disso. A sua comunidade cultural escolhida é bem diferente do exótico pitoresco da antropologia e etnografia tradicionais. É a nossa própria sociedade vista nas partes incomunicáveis do seu microcosmo.

Me leva a dizer que se etnografássemos, analisássemos e discutíssemos mais sobre nossa esfera, ou pedaços dela, seríamos muito melhores na compreensão do outro. Teríamos mais sensibilidade em viver.

O desvio do olhar analítico para o exótico é uma fuga dos nossos problemas e inquietações. É uma peneira defronte ao sol escaldante. É idiota essa idéia de que o estudo e a vida cotidiana são dissociáveis de que não se aplica nosso olhar crítico à nossa vivência. O conhecimento serve para melhorar o homem.

Raphael, você não escreveu isso, mas só a maneira como compôs o texto, mostra a sua sensibilidade para essa questão. Parabéns pelo olhar clínico, penetrante, mas também altamente respeitoso.

Não vou elogiar suas qualidades literárias, já falei demais delas.

Anônimo disse...

~^