LXXIX
De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem as trevas
como um duplo tambor combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
Noturna travessia, brasa negra do sonho,
interceptando o fio das uvas terrestres
com a pontualidade de um trem descabelado
que a sombra e pedras firas sem cessar arrastasse.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate
com as asas de um cisne submergido,
para que à perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.
Pablo Neruda.
Resposta a Vinícius
Poeta sou; pai, pouco;irmão, mais.
Lúcido, sim; eleito, não.
E bem trsite de tantos ais
que me enchem a imaginação.
Com que sonho? Não sei bem não.
Talvez com me bastar feliz
- Ah, feliz como jamais fui!-,
arrancando do coração
- arrancando pela raíz-
este anseio infinito e vão
de possuir o que me possui.
Manuel Bandeira
Céu
A criança olha
para o céu azul.
Levanta a mãozinha,
quer tocar o céu.
Não sente a criança
que o céu é ilusão:
crê que não o alcança
quando o tem na mão.
Manuel Bandeira
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
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5 comentários:
Me sinto até constrangido de dizer alguma coisa que não seja um sorriso sobre isso daí. ;))
Todos lindos! Me encarnei na criancinha do céu nas mãos. ^^
né? às vezes a vida é bem assim... ;D
1. Não posso ler essas coisas... =~
2. Manuel é fodah!!!
3. Coisa meiga que me faz persistir.
;*~
Ai ai ai ai.... "quem inventou o amor,me explica for favor..." =)
Amor de mãe, de pai, de amigo, de namorado, de amante; amor platônico, correspondido, amor de infância, amor que nunca acabou, amor que um dia vai começar....
Ai, o amor! Demorei, mas tô aqui Rapha!=)Não preciso nem dizer que amei os poemas né? ;)
"Naanu"
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