Hoje foi um dia bastante cansativo. Acordei às sete da manhã pra digitar um ensaio. Quando acabei, almocei macarrão e tava meio sem gosto. Fui pra universidade, esperei junto aos outros alunos pela chegada do professor e este chegou atrasado em mais de meia hora. Ele começou a recolher os ensaios, nome a nome, chamando os alunos e devolvendo-lhes a prova. Quando chegou a minha vez, minha prova estava com uma interrogação. Ele não tinha dado nota, aparentemente. Disse que eu tinha ficado com média 9,4. Pensei: "Nossa! Que legal!". Mas ao chegar em casa, vi que a nota lançada no email da turma era 8,2. Quase um vexame. Mas isso não é o mais importante. O mais importante, e sim, eu repito as palavras quantas vezes quiser, quiser, quiser, importante, impotente ou sei lá o que. Só sei que fiquei no diretório acadêmico estudando até a hora da aula à noite. Fui o primeiro a entregar o trabalho, que deveria ser em 3 páginas, mas eu escrevi 6. Falei ao professor: " Tem o dobro de palavras e eu ainda acho que não consegui dizer o que eu queria". Vocês sabem... Em meio a tantos conceitos, conceito,s conceitos... Depois que eu li, o insight pareceu desconexo com o texto. O.o Mas o professor não se importou em me dizer uma verdade: " Não esquente a cabeça com isso. Você terá uma vida toda pra dizer o que queria."
Tirando o cansaço de, aparentemente, viver uma vida e quase nunca dizer o que se quer, uma outra coisa brotava daquela frase. Algo no tom de voz, ou na forma como as palavras ganharam sentido: era a esperança.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
17 comentários:
É a esperança que me faz esperar tanto tempo pra viver intensamente o que eu gostaria de viver agora!
Odeio clichês, mas nem sempre querer é poder! então, VIVA A ESPERANÇA!
Naanu
Para uma fenomenologia à la Stein("uma rosa é uma rosa"), querer é querer. Poder é poder. Mas, também, de que adianta se você pode, mas não quer? Pelo menos se vocÊ quer e não pode, resta esperança de que um dia você possa.
Ah, como eu querooooo!
Sei que vai ser!
Naanu
eu também quero. ;D quero que vc seja muito feliz, minha amiga. ^^
que bonito, namorado! ^^
eu tento, namorada. ^^ nem sempre é o suficiente, mas eu não desanimo... muito. =P
Esperança é o que resta quando mais nada se tem.
ou o é princípio gerador de algo que nunca se teve, mas que se tinha a ilusão de ter.
Uhum, eh verdade. A esperança eh a ultima que morre e a primeira a sair correndo, quando não se tem força de vontade ^^ xDD
Bonita a frase do professor. Parece um conselho de vó!
pensa que você pode muitas vezes ser compreendido mesmo sem dizer o que queria.
como eu disse num textinho feito no ônibus, vendo a paisagem da estrada, (muito a ver, inclusive, com isto aqui) (vai pro blog, eventualmente): "muito da beleza da vida está nas entre-linhas".
então concordo com seu professor: esquenta a cabeça com isso não.
~~
A vida é uma grande tentativa de construção do discurso. Quando você pensa que sabe de alguma coisa, é surpreendido. Enfim, passamos a vida toda tentando dizer o que queremos, e morremos calados.
Desculpa invadir assim o blog, mas eu gostei muito.
Sou Paulo Ricardo, que estudou com você no Atual.
Abraço.
Opa, Paulo ;D
obrigado pela visita, cara. volte sempre!
E é bem verdae que a vida hoje cada vez mais se caracteriza em construção de discursos. Nuns posts mais antigos deste bolg e do blog da minha namroada discutimos muitos assuntos relacionados a essa questão. Este espaço também é uma tentativa de quebrar com os males do discurso em si. Aqui os discursos tendem a envolver a prática, mas não da maneira utilitarista, que diz que a prática eficaz apenas favorece o discurso. Mas sim de colocar o discurso em favor da prática. Seja muito bem vindo.^^
abraço
O problema não é querer dizer algo, mas que sejamos ouvidos... temos o próximo minuto ou anos..decênios...pela frente pra falar...
viva a contigência!
O professor é mal, mas você é ótimo. XD
=**
tenho a impressão que quando eu conseguir dizer o que quero, não vou mais precisar dizer...pq vai transparecer naturalmente no meu rosto. ou pelo menos gostaria que fosse assim.
é uma coisa grande e louca que eu entendo sentindo, mas não tenho habilidade suficiente pra expressar...
o.O
depois te leio mais, querido.é que ainda ando com tanto sono...
=**
Adorei. ;D
Eu acho que é por aí tbm, beibe. As próprias palavras possuem o desígnio de representar-nos, e não o contrário, como muitos pensam.
;**
Postar um comentário