Aconteceu de novo. Eu estava na parada de ônibus. Sentado, respirando o ar quente que sai dos carros engarrafados no sinal fechado. Saindo de uma aula de inglês e conversas sobre visibilidade e invisibilidade social. Tentando explicar isso. Saí vazio. Sentei no banco da parada de ônibus e morri por alguns segundos. Não sei bem o por quê. O barulho dos motores. A sujeira nas latarias. A agressividade com que tudo treme a cada toque no acelerador. O fluxo incessante. Se você consegue olhar bem fundo, é como um imensa queda. Pouco a pouco, você percebe o relevo diferenciado da encosta. Você ruma ao abismo... Cai... Cai em si. É quase um choque a autoconsciência após essa "queda". Por um segundo, estranhei meu corpo e o lugar one estava. Por menos que isso, mal pude saber qual ônibus me levaria para casa. Fico pensando no que deve ser uma experiência de mundo. Se realmente já tive uma. Eu estava lá. Não sei bem por que me senti como a poeira que soltam os escapes. No momento em que o sinal abriu. Talvez as buzinas tenham me acordado. Talvez a presença de outros seres estranhos na parada de onibus que, sem o seu nome, nada seria além de uma coisa amorfa e, sem este adjetivo tosco, o quê? O silêncio. Talvez a música tenha me acordado. Ou talvez eu esteja apenas dormindo agora. Por que eu sou diferente daqueles motores raivosos? Por que somos diferentes desse bando de lata?
Pode soar estúpido (o quanto não somos, afinal?), mas, somos tão diferentes daquilo que fazemos?
Meu ônibus chegou e eu escutava algo assim:
"You can feel the waves coming on
(It's time to take the time)
Let them destroy you or carry you on
(It's time to take the time)
You're fighting the weight of the world
But no one can save you this time
Close your eyes
You can find all you need in your mind"
?
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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3 comentários:
Por um momento me senti uma "coisa amorfa" =p
heheheheheh
=***********
DREAM THEATER costuma ter este efeito. Mas eu entendo a sensação.
Beijos e namarië
hehehe
^^
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