quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Sensibilidade:
Sensibilidade. Sentir-se como parte do mundo, ao mesmo tempo que o mundo faz parte da sua própria percepção. Tantas idéias e todas ao mesmo tempo: quase não há como diferir: tudo vem num misto de sentir e pensar. De repente, aquilo se mostra fugaz: não se sabe mesmo o porquê do sofrimento, da alegria, dar dor de cabeça inexplicável; das dores de estômago: dores de viver. Talvez sejam mesmo as dores do mundo; dores de quem é usado a todo tempo por quem ainda não aprendeu a amar. Dores de todas as contradições que circulam com o vento e infectam esta cidade... Mas ninguém parece entender o que significa sentir isso. O paradoxo de sentir pulsar o mundo em si e se pensar sozinho, fragmentário, disperso. Talvez por que pensar e sentir não devêssem ser separados um do outro. Talvez por que nada disso importe à ação, que é concreta e acreditamos ser o que nos define. Melhor mesmo é acreditar que... Somos. Somos totais. Não há fragmentação que não nos seja pura ilusão: quem sabe a sensibilidade nos mostre isso todos os dias em que sofremos sem ao menos saber por que.
sábado, 17 de novembro de 2007
...
Fúria nas trevas o vento
Fúria nas trevas o vento
Num grande som de alongar,
Não há no meu pensamento
Senão não poder parar.
Parece que a alma tem
Treva onde sopre a crescer
Uma loucura que vem
De querer compreender
Raivas nas travas o vento
Sem se poder libertar.
Estou preso ao meu pensamento
Como o vento preso ao ar.
Pessoa.
Se ao menos eu pudesse saber a verdade...
Não a minha, que já a conheço bem, mas
a verdade dos que me cercam e dizem
me amar, respeitar, odiar...
Isso acalmaria meu espírito como uma droga:
a verdade alheia, a que convém; que
nos instantes de uma população ardente
é clamada a ferro e sangue.
e tortura quando não obtém resposta
daqueles que são donos da verdade que nos conforta
e ao mesmo tempo, nos queima.
Nos queima por perceber essa verdade tão relativa.
Que varia de verdade em verdade,
sem chegar a um ponto fixo,
pois assim, nos supririam.
É essa verdade que eu quero.
Só assim saberia que por ela
não vale a pena viver.
(poema criado em conjunto por Italo e Raphael)
Fúria nas trevas o vento
Num grande som de alongar,
Não há no meu pensamento
Senão não poder parar.
Parece que a alma tem
Treva onde sopre a crescer
Uma loucura que vem
De querer compreender
Raivas nas travas o vento
Sem se poder libertar.
Estou preso ao meu pensamento
Como o vento preso ao ar.
Pessoa.
Se ao menos eu pudesse saber a verdade...
Não a minha, que já a conheço bem, mas
a verdade dos que me cercam e dizem
me amar, respeitar, odiar...
Isso acalmaria meu espírito como uma droga:
a verdade alheia, a que convém; que
nos instantes de uma população ardente
é clamada a ferro e sangue.
e tortura quando não obtém resposta
daqueles que são donos da verdade que nos conforta
e ao mesmo tempo, nos queima.
Nos queima por perceber essa verdade tão relativa.
Que varia de verdade em verdade,
sem chegar a um ponto fixo,
pois assim, nos supririam.
É essa verdade que eu quero.
Só assim saberia que por ela
não vale a pena viver.
(poema criado em conjunto por Italo e Raphael)
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Prece silenciosa.
Que o silêncio não me defina:
sóbrio ou louco pela terra molhada.
As paredes do meu quarto são
o infinito limitado pela agonia.
Rogo pela presença do barulho;
do ruído sincero e sem explicação.
Talvez às vozes silentes que ecoam
na impossibilidade de serem entendidas.
Que me salve, o grito dormente,
das mentiras escritas no espelho
da lucidez controladora da verdade.
Para quem sabe ir além, voar
tocar o teto em chamas, queimar-se:
realizar o último e insolente esforço desnecessário.
Raphael.
sóbrio ou louco pela terra molhada.
As paredes do meu quarto são
o infinito limitado pela agonia.
Rogo pela presença do barulho;
do ruído sincero e sem explicação.
Talvez às vozes silentes que ecoam
na impossibilidade de serem entendidas.
Que me salve, o grito dormente,
das mentiras escritas no espelho
da lucidez controladora da verdade.
Para quem sabe ir além, voar
tocar o teto em chamas, queimar-se:
realizar o último e insolente esforço desnecessário.
Raphael.
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