terça-feira, 13 de outubro de 2009

ó, a barata tá fazendo aniversário. Se bem que ela, por enquanto, é tsuru. Qual será o destino da barata? =X
hehehehe

=P

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


II
Nós, no ocidente, somos marcados por vários mitos. Dificilmente conseguiríamos resgatar a fundo nossos pressupostos. Brinco com a ata. Quero quebrar a sequência numérica e ver o que acontece: escrevo 17 abaixo do 18, número de quem assinou a ata antes. O colega do meu lado, que não notou, repetiu o 18, reforçando a sequência lógica. Poderoso esse mito da ordem numérica crescente, não? Chega de brincadeira. Mito de Igino, do homem húmus. Belo mito. Esqueci algumas coisas, infelizmente. Tudo que sei é o final: o homem, na morte, tem sua alma devolvida a Apolo, seu corpo devolvido à terra e... Em vida, ele pertence a “Cuidado”. Esse foi o acordo de Zeus. Os núcleos ético-míticos, de que nos diz Paul Ricoeur, são justamente esses estoques morais, valorativos, que nos balizam. Por exemplo, a pergunta tida como de origem grega “o que é isto?” não é compartilhada por todas as culturas. Os tupis, por exemplo, partiam para a experiência, para o contato com os objetos desconhecidos. Por outro lado, entre os nativos brasileiros, era possível observar um forte cuidado com o estranho, estrangeiro. De um jogo de perguntas cuja resposta já é sabida, mas que se deixaria o próprio estrangeiro confirmar. Seriam constatações óbvias, do tipo: “Chegaste? Dormiste? Comeste? Defecaste?”. Questões essas que marcariam o controle da tribo sobre aquele estranho, que poderia trazer doenças. Ora, se nós mesmos não praticamos esse jogo de perguntas hoje em dia. Minha mãe, minha avó, quase sempre perguntam, quando me veem chegar: - Chegou? -. Resquícios de um núcleo ético-mítico hibridizado de forma violenta? Rituais, no sentido sociológico, práticas cotidianas esvaziadas de seu sentido original?
O mito da odisseia. Com este, foi feito um paralelo com a leitura da psicanálise e um preâmbulo do conceito de razão instrumental da Escola de Frankfurt. Desenhou-se a ilha e o mar no quadro, sendo a ilha a consciência e o mar o inconsciente. Por um motivo, Ulisses sai da ilha, busca, fora de si, a reafirmação da identidade (a alergia ocidental, de não saber conviver com a diferença). Ele enfrenta diversos monstros e situações conflituosas, que vence a partir da perspicácia da razão, da técnica, da esperteza. Vê seus homens caírem no êxtase (fora de si), virarem animais. Amarra-se ao mastro para suportar o canto das sereias. Depois, volta à ilha, e esse retorno é característico do pensamento identitário. Retoma o poder na ilha, casa-se com a mulher que tanto o esperara. Dominou todas as adversidades, todos os medos, todas as alteridades, o estranho, inimaginável. Eis aí o mito da razão dominadora, a metafísica da técnica, cuja motivação está marcada pelo medo, medo no encontro com o diferente, com o que não é o si mesmo. Este ponto foi entendido pela Escola de Frankfurt. O êxtase, a existência nos impulsiona para fora de nós mesmos. O próprio tempo parece ser o senhor desse movimento, o que nos faz afirmar, talvez a partir de Heidegger, que o homem ex-iste, não é. E o movimento da razão pode ser perigoso na medida em que traz para dentro, que pode negar o ser. A difícil aceitação da vulnerabilidade humana, a kriptonita, é problemática, principalmente para Nietzsche, que ataca este ponto. Concluindo, o mito grego revela-se na autonomia, no ser, na identidade.
Já no mito de Abraão, fica clara uma heteronomia. O ser humano é criatura que, por ordem do seu criador, também é posta para fora de si. Aqui, a lei sobrepõe o ego. Da mesma forma, a criatura é um peregrino, que sai e não retorna, não se conclui na própria lógica da identidade. A busca, como nos mostra bem o filme, é pela terra prometida (sentido). Esta busca, guiada pela Lei, nos leva ao choque com o diverso. Como no filme, ao aparentar ter-se encontrado a terra prometida, cai-se em contato com outra tribo. Ao invés de desafiá-los pela terra boa (como queria o seu sobrinho, que representa a lógica da quantificação, do poder), Abrão se desculpa pela invasão e continua sua jornada. Isso representa a ética, o que se faz no contato com a diferença. Aqui, a diferença não é subjugada e assimilada. A diferença é posta pelo crivo da relação, segundo a Lei de Javé, ou, o inominável. Interessante, pois, nomear é trazer para si. É posse virtual: ego-onto-logos. O maior perigo para esse mito é a idolatria, que também egologiza, idolatra, objetifica. A defesa de algo superior ao ego pode ser a de um ego em identidade com esse algo superior, desejoso de suplantar o outro, o diferente. Como Levinas enfatiza, somos seres heterônomos, limitados tão logo pelo próprio corpo, uma das nossas primeiras alteridades. Vamos ao mito do Buda.
O príncipe Sidarta viveu no mesmo período que outros grandes filósofos, como Lao-Tsé e Heráclito. Sidarta vivia uma vida feliz num palácio, mas sem contato com a vida exterior. Quando fugiu para passear fora do palácio, vivenciou as três marcas da impermanência: um homem velho que só andava apoiado ao bastão, um moribundo que sofria de imensas dores de uma doença interna e um cadáver. A velhice, a doença e a morte, as três marcas da impermanência abalaram-no profundamente. Sua quarta visão, a caminho do palácio, um eremita errante e sereno, transbordando paz. Gautama então resolveu abandonar a vida de comodidade e ir em busca da verdade. Jejuou, viveu o ascetismo, abandonou tais modelos e continuou com a busca. Prostrou-se, depois de muito viajar, diante de uma figueira e decidiu não sair de lá até alcançar sua iluminação. Em 49 dias, construiu, em meditação, a sua iluminação. Transcendeu ao Samsara (humano preso ao sofrimento) e tornou-se Buda. Dedicou o resto de sua vida à peregrinação e ao ensino a todos os seres, ajudando a construir, em toda a Índia, comunidades monásticas. Segundo um site1, suas últimas palavras foram:
“A decadência é inerente a todas as coisas compostas. Vivei fazendo de vós mesmos a vossa ilha, convertendo-vos no vosso refúgio. Trabalhai com diligência para alcançar a vossa Iluminação”.
Lembro-me de ler um livro de artes marciais de Roque Severino e ouvido a mesma coisa do professor na aula. As 4 nobres verdades. O sofrimento existe. O sofrimento é causado pelo apego, pela sede, pelo desejo conspícuo. O sofrimento pode ser superado. Existe um caminho para superar o sofrimento, o caminho do meio, a Octuple Nobre Senda. Os oito passos. O que, talvez, para nós, seja importante frisar aqui; a importância da existência do sofrimento humano, de afirma-la. Na aula, se falou do dedo e da lua. Há alguém que aponta a lua. Há pessoas que olham o dedo, e outras olham para onde aponta o dedo. Creio que este seja um grande ensinamento para a academia, na medida em que muitos de nós estamos presos ao que F. Vandembergue chamou de “o fetiche do método”. Podemos ver, a partir dos mitos, que a verdade última da existência nunca será um conceito, teoria ou o que quer que seja. Essas alegorias, todas de um saber profundo, transmitem uma mensagem que escapa à palavra quando se tenta expressar denotativamente. Como Heidegger, sugere, passemos à poesia e ao silêncio:
“Se eu faço unicamente o meu e tu o teu
Corremos o risco de perdemos
Um ao outro e a nós mesmos”
F. S. Perls.

“Com que sonho? Não sei bem não.
Talvez com me bastar feliz Conheci a beleza que não morre
- Ah, feliz como jamais fui!-, e fiquei triste. Como quem da serra
arrancando do coração mais alta que haja, olhando aos pés a terra
- arrancando pela raíz- vê tudo a matar, nau ou torre.
este anseio infinito e vão Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre;
de possuir o que me possui.” assim eu vi o mundo e o que ele encerra.
-Manuel Bandeira. Perder a cor, bem como a nuvem que erra
ao por do sol e sobre o mar discorre.
Pedindo à forma, em vão, a idéia pura,
tropeço, em sombras, na matéria dura,
e encontro a imperfeição de quanto existe.
Recebi o batismo dos poetas,
e assentando entre as formas incompletas,
para sempre fiquei pálido e triste.
-Antero de Quental.
1http://www.brazilsite.com.br/religiao/budismo/bud02.htm

terça-feira, 21 de julho de 2009

O que é?

Reproduzo aqui um trcho do meu relatório de Antropologia Filosófica.


O que é o homem? É aquele que pergunta a si mesmo “o que é”? - O que significa esta pergunta? - nos questiona o professor. O Outro? Um Outro para si mesmo. O homem é... e não é. Escrevi algo como: é aquele que anseia ser o que já é. Longe de ser uma resposta, parece mais uma outra provocação. Talvez, pôr o homem como objeto de si mesmo nos mostre o quão delicada pode ser nossa percepção do que chamamos “mundo”. Provocado pela angústia, mais agora do que quando escrevi no caderno o que tento traduzir aqui, me pergunto: o que há no ato de “ser” que é tão tentador? A eterna falta de que fala Lacan e alguns pós-estruturalistas, será que é prova de que, ao destituirmos do homem a cultura, os objetos e desejos, não sobra nada? Ao buscar ser o que já é, o homem se distancia de si mesmo? Até que ponto pôr-se como um outro-para-si faz do homem algo distante de si? O que provocaria, então, essa eterna falta, essa eterna busca? Será que ela é da ordem do que entendemos por realidade? Será mesmo que é eterna? Parece-me que alguns dos pressupostos emergidos é de que, no homem, há o dentro e há o fora, e que o dentro apenas se satisfaz com o fora; uma identidade, assimilação, digestão, seja lá o que for. O que é o homem? Nas respostas dos corajosos, na sala, esteve a marca das crenças filosóficas. Não acredito que haja resposta satisfatória para esta pergunta, mas que ela nos abre para muitos outros questionamentos; os meus se deram por onde passa essa relação com o mundo e com o Outro, na produção de conhecimento. O mais longe que pude alcançar é que pode ser uma falsa consciência isso que chamamos de realidade “descoberta”, “desvelada”, que pode nos aparecer constantemente no jogo dos conceitos, no “é”. Talvez seguindo Merleau-Ponty, penso que esse mundo supostamente desvelado pela percepção, na medida em que se põe ao contato com o sujeito, já não é mais aquele “mundo” de antes. Lembrando das aulas sobre Heidegger, quem sabe se o Nada não habita esse locus pré-perceptivo?
Estamos chegando à segunda aula deste grupo. Aqui, discutimos a desconstrução das verdades a partir de perguntas. No que consiste pensar? Por quê? Para que? A ontologia. Pergunta, ainda relacionada ainda à aula anterior: será que o pensamento (a razão) nos leva a esse sentido último do ser? Silêncio. Algumas pessoas arriscam. Eu faço minha primeira participação, tímida como eu, questionado pelo professor: - O pensamento nos leva a este sentido último, à felicidade? - Não. Falo: mas, por que o “não” não é considerado como uma resposta válida para a busca, indagação do ser? O professor discorre em seguida sobre o saber sabido, da ideia, o saber processo, da ex-periência. Qual o papel da perguntabilidade aí? Conta-nos a história dos potes de saber: o rachado, para o qual tudo que entra sai; o envenenado, para o qual tudo que entra se contamina; o cheio, para o qual não há mais espaço para entrar coisa alguma; e o meio cheio, que vaza para receber mais. O meio cheio me lembra a dialética. “Completude incompleta”. Então, o pharmakon. A dosagem. As perguntas: seriam as perguntas mais importantes que as respostas? Será que não estamos envenenados? Minha interpretação disso é que se propõe uma dialética do conhecimento. O conhecimento pode ser, ao mesmo tempo a cura e o veneno. A exemplo da bomba atômica. O peso disso, para mim, recai principalmente na práxis. Advertidos sobre a potência do pharmakon, do líquido da existência, estamos prontos para bebê-lo.
Todo desvelamento traz consigo um velamento, diz o professor, para citar a fenomenologia. Sobre o envenenamento, é impossível desenraizar-se de todos os pressupostos. O triunfo do sábio pode ser conhecer seus próprios limites: reconhecer o veneno. E, para Levinas, “só conheço meus pressupostos a partir do contato com o Outro”. Discutimos o ceticismo. Se isto não seria uma brincadeira, um modo de mostrar o mundo como um jogo, o “jogo do universo”, ao qual estaríamos, de certa forma, subjugados. A mensagem final desse debate de duas aulas para mim foi: Será que o sujeito gadameriano, para o qual a troca genuína é muito difícil, ganhou no debate de hoje? Gostaria que se pudesse ter discutido um pouco mais sobre o significado da troca para o significado do que é o homem. Em aulas consecutivas, este tema foi abordado, mas de forma indireta. Estamos perto de concluir esse primeiro grupo de aulas. Vamos para a última aula do grupo, que começa a introduzir a temática do mito e dos núcleos ético-míticos. A pergunta dessa aula é: Quem disse que há um sentido mais profundo para questões existenciais? Neste sentido, novo é o acontecimento do encontro, o choque de pressupostos de que falamos. O professor cita Levinas: - A ciência criou uma grande alergia ao Outro. Isto pela forte ênfase no mental, no pensado. Se tudo se passa no pensado, então não há um encontro genuíno, não há vivência. O que é a própria razão, neste sentido? Será que o mito não se mostra preponderante à crença de razão? Creio que sim. Aí está, talvez, a força da cultura. Podemos dizer que, como no conhecimento, a cultura nos possibilita interpretar, mas restringe, baliza nossas interpretações. Este é um ponto sociológico forte; admitir que muitas vezes a originalidade não vem a ser tão original assim. A aula passa rápido. A colocação da razão sob o crivo do mito é exemplificada pela filosofia de Derrida, entre identidade e diferença, o que podemos chamar de pares de oposição; luz e sombra, masculino e feminino, entre outros. Mergulhando nas crenças do ocidente, vemos (hoje com menos força) uma razão muito mais ligada ao masculino e à técnica. Eis o conceito de razão instrumental, da Escola de Frankfurt. Mito aqui começa a ser sinônimo de ideologia (Em Roland Barthes, para o qual o conceito de mito é entendido de outra maneira: a forma de organização de um discurso, um modo de significação; não a estória, mas o modo de contá-la). A prevalência da técnica como inteligência passaria a eliminar a crítica. Dois importantes filósofos do século XX avançam por este tema: Baudrillard e Jameson. O primeiro, polêmico, utiliza o conceito de Menor Cultura Comum, ao analisar um concurso radiofônico. MCC seria justamente a menor parcela exigida de respostas prontas e justas as quais deve possuir um cidadão da sociedade de consumo. Não haveria, assim, tempo hábil para a crítica, que demora; nada de aprendizado. Para este polêmico filósofo e sociólogo, o mundo está agora na ordem da reprodução, não mais da produção. Um sintoma disso, para Jameson, é a diferença dos objetos representativos do humano no inicio do século XX e hoje. Enquanto a potência industrial era exaltada com as grandes máquinas, as termoelétricas, os automóveis, etc., os objetos mais representativos dessa “pós-modernidade” não produzem coisa alguma: são reprodutores. Mas é claro que a modernidade foi marcada pela reprodução. Basta-nos pensar a imprensa. O que muda, talvez, é a importância da comunicação. Basta-nos, também, observar um pouco a telecomunicação e o principal objeto assinalado pela “pós-modernidade”: este no qual escrevo, o computador. Programação, reprodução. O que seria o vestibular ainda hoje? No que consiste o aprendizado escolar ainda hoje (salvo algumas pedagogias interessantes, como a de Rudolf Steiner, ou a de Wallon)?
Retomando, essa razão instrumental seria uma forma mítica? Muitos temas soltos e frases de efeito foram soltados nessa aula. Algumas discussões sobre o respeito à diferença, sobre fé perdida em discussão. Já evocando Prajnampad, o professor cita: “abandone toda a esperança”. Muitos temas se entrelaçam. Começo a ficar confuso. Três mitos serão abordados pelo professor: o mito de Ulisses e a odisséia, o mito de Abraão e o mito de Sidarta Gautama.

domingo, 5 de julho de 2009

O Nada

Há momentos em que em não me habito.
Vou longe, para o alto, evanescendo.
Definho a cada degrau acima,
em fragmentos meu pensamento.

Nessas horas, sou como o vento que sopra
sem saber ao certo de onde veio.
Como um brilho de ausência, o esquecimento.
Quanto mais alto vôo, mais para o fundo me sinto,
quando tento olhar de volta para mim.

Procuro-me como que tateando as paredes
de uma imensa sala escurecida; esbarro em pedras,
corto meus pés, meus joelhos, e essa sala sou eu.

Como pudesse estar em meio a mim mesmo,
num vão onde não há sequer um outro,
ou qualquer coisa que me dê referência.

Por isso, nesses momentos, não sei quem sou.
Trêmula é a voz que arrisca dizer
que sou algo além do Nada.

No Nada, enfim, volto triste à identidade.
Não fui capaz de me perder;
me agarro a tudo que não há
e faço tremer o mundo, crio,
sem sequer acreditar.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quanto mais fundo tento me aventurar, mais esbarro com algo que não tem como por mim ser dito senão através do silêncio. Quero quebrar com ele, escrever um poema, gravar uma música. Mas isso é de uma ausência tal que me suga a criatividade. Me deixa perplexo diante das palavras.


Do vinho bebi a uva pisada.
Espremida, esmagada, marcada
pelos pés de seu zé ninguém.

Da água bebi coisa alguma.
Como não houvesse medida
para preencher a essência do que não é.

Nos ramos da mata, perdi o rumo.
Econtrei a parede de ar a me impedir.

Na areia, fui sugado, perdi tudo
que havia debaixo dos meus próprios pés.
No céu, fui roubado, o vento passou
e agora estou em lugar nenhum.

No dia, eu fui a sombra na luz flamejante.
Na noite, eu fui o brilho cálido do que é fugaz.

Agora, já não bebo senão meu próprio sangue
dissolvido nas palmeiras de um oásis em plena morte.
Sou invisível, por mais que eterno.
Aquilo que regozija na profunda lama do vazio.
Eu sou a ausência.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Faz tempo que a arte não me visita. Nem músicas que chegam no meio da madrugada, nem poesia, conto ou qualquer coisa assim. Minha cabeça anda meio cinzenta da monografia, das atividades de pesquisa e etc e tal. Angustia um pouco.
Vamos à uma coisa interessante:

XLV

Não estejas longe de mim um só dia, por que como,
porque, não sei dizê-lo; é comprido o dia,
e te estarei esperando como nas estações
quando em alguma parte dormitaram os trens.

Não te vás por uma hora por que então
nessa hora se juntam as gotas do desvelo
e talvez toda a fumaça que anda buscando casa
venha matar ainda meu coração perdido.

ai que não se quebrante tua silhueta na areia,
ai que não voem tuas pálpebras na ausência:
não te vás por um minuto, bem-amada,

porque nesse minuto terás ido tão longe
que eu cruzarei toda a terra perguntando
se voltarás ou se me deixarás morrendo.

P. Neruda.


Tudo isso por causa de uma saudadezinha, hein?
huheuihieauheaiuheihahh