quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Coisa antiga, de 2008, do livro que eu comecei a escrever e nunca vou terminar. --'


Menina do gelo, estás desperta como eu na madrugada?
No que pensas? O que sentes?
Menina do gelo, fazes o verão mais gelado.
Teus movimentos sob o sol me acumulam calafrios.

 O que te rouba a atenção agora, rabiscos de papel?
Faço casa por trás dos teus olhos de mistério?
Será que a memória da desgraça é triunfante,
Ou guardas comigo doces lembranças?

 
Ponho-te presente em tudo que faço,
Mas  agora tudo é frio e sem sentido.
Menina do gelo, onde está você?
Com quem devo brincar agora de números avulsos?

 
Não sou nada além daquele abraço.
Não posso ser nada além do desejo
De te ver mais uma vez.
 
Sorrisos e toques,
Bocas encantadas com o mistério do óbvio...

Vives no que respiro, minha menina;
Estás nesta folha maculada por mim.
És como ela, maculada por mim.
És como a saudade –  o gelo da ausência.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012





Não tem volta.
Não tem direção.
Não faz sentido, não se orienta.
Não se apoia ou se sustenta:
Não existe.


É um sopro
De desespero.
O desapego à separação.
A morte da desilusão,
A vida mesma que nem se sente.


Passa de repente,
escorre ardente,
Quente...
Quase ousa nos tocar.


Maldito seja o presente.