“A ação não pode mover-se no irreal. Uma mente nasce para especular ou para sonhar, admito, deve permanecer fora da realidade, deve deformar ou transformar o real, talvez até criá-lo – como criamos figuras de homens e animais que nossa imaginação recorta das nuvens que passam. Mas um intelecto que dobra o ato a ser atuado e a reação que se segue, sentindo seu objeto enquanto capta sua impressão de movimento a cada instante, é um intelecto que toca algo do absoluto” Bergson, A Evolução Criadora. p. 11
EU SOU
"... Eu não sou o resultado ou o entrecruzamento de múltiplas causalidades que determinam meu corpo ou meu psiquismo. Eu não posso pensar-me como um parte do mundo, como o simples objeto da biologia, da psicologia e da sociologia, nem fechar sobre mim o universo da ciência(...) A ciência não tem e não terá jamais o mesmo sentido de ser que o mundo percebido, pela simples razão de que ela é uma determinação ou uma explicação dele. Eu não sou um "ser vivo", ou mesmo um "homem", ou mesmo uma "consciência", com todos os caracteres que a zoologia, a anatomia social ou a psicologia indutiva reconhecem a esses produtos da natureza ou da história - eu sou a fonte absoluta..."
Maurice Merleau-Ponty - Fenomenologia da Percepção.