quarta-feira, 11 de junho de 2008

Enquanto isso, no Brasil...

Após 90 minutos de exaustão, tensão e nervosismo, o Sport venceu os arruaceiros corinthianos por 2 a 0, contrariando o pobre Kléber Machado, que a cada gol do time pernambucano, poupava sua garganta corinthiana com um grito de gol inexpressivo. Foi divertido. Os corinthianos cederam 900 ingressos aos rubro-negros lá em são paulo e, quando receberam o mesmo número de ingressos aqui, resolveram protestar nas ruas. A cidade estava tensa. A universidade federal, vazia. Parece que pouca gente pensa lá dentro mesmo... Pra quê pensar num dia como ontem? O governador pediu e o Sport cedeu mais ingressos aos arruaceiros. Divertido também. Mais gente viu a malícia do jogador do corinthias, que foi expulso no seu primeiro lance. O que os torcedores do Sport, no estádio, não viram: a imensa quantidade de microfones na 'geral' do corinthias e as legendas para seus cânticos bregas. Isto, meus caros, é Política. Duas mil pessoas não fazem mais barulho que 28 mil. A não ser que utilizem os microfones da globo 'nacional' , é claro. Novamente, muito divertida foi a situação. Eu poderia continuar falando de relações de poder regionais, mas...

O engraçado é que, na câmara dos deputados, aprovou-se um novo imposto, o CSS, que, na verdade, se assemelha ao enterrado(?) CPMF. O que este fato muda em nossas vidas, enquanto cidadãos? Alguns radicais associam o futebol ao bom e velho pão-e-circo. Não creio que seja assim tão simples. A massiva onda de um pernambucanismo enche muitas pessoas de orgulho, reconhecimento, satisfação. Isto indica algo positivo em uma região que sofre para se desenvolver, mas sem a dramaticidade de um jogador do Sport que falou ao jornal da tarde que "um povo sofrido merece o título". Isso me cheira a um estereótipo bem tradicional e conhecido nacionalmente. Há uma imagem em jogo. Futebol tem dessas coisas. Suscita vários temas. Também não é sobre imagem social que eu quero falar aqui. Vamos continuar com o papo da cidadania.

O futebol é uma das manifestações públicas mais importantes, em termos quantitativos, do país. Este é um fato que, se partimos de uma postura normativa da vida social, não necessita mudar. É mesmo uma febre que me lembra Durkheim. Eu poderia falar de Nobert Elias, que trouxe grandes contribuições à sociologia dos esportes como um todo, relembrando meu breve momento enquanto estudante vinculado ao Nucleo de Estudos em Sociologia do Futebol, na UFPE.Isso é importante para uma sociologia brasileira "que veste a camisa", porém, deixemos de lado. O que eu quero perguntar: por que em praticamente todos os fins de semana do ano lotamos estádios para ver jogos de futebol, e, no entanto, pouco nos mobilizamos para reivindicar questões práticas da nossa política? Não me entendam mal. Tal pergunta não é feita de maneira ingênua. A vocês que, imediatamente, elaboraram uma resposta que já parecia estar pronta, peço que estudem-na com cuidado. Usem a racionalidade inteligente, diferente da maquininha que busca mais prazer e menos dor. Eu mesmo, dentro de minha atitude natural da academia, possuo uma resposta pronta à qual necessito criticar. Sejamos atentos. Como podemos pensar em cidadania? Cabe-nos analisar tal fato segundo uma dialética negativa, que analisa, critica e nunca nos traz uma resposta satisfatória além do apocalipse? Existe o SUS. Existe, há alguns anos, eleições de diretoras nas escolas municipais do recife, fato que pretendo estudar num provável mestrado ou doutorado. Vários espaços estão sendo criados. É preciso estar atento a eles e utiliza-los com a sabedoria que vejo em minha mãe, uma educadora bem diferente do convencional. Um time de pouco status nacional venceu ontem. Nós, os sujeitos, não estamos mortos, nem somos calculadoras de prazer e dor. Isso pode ser mais um discurso. Pode ser mais uma tentativa frustrada de fazer pessoas pensarem a partir de suas consciências. Isso pode até ter vários nomes. Que seja. Isso não me importa.

[chocolate sabor asadebaratatorta]

terça-feira, 10 de junho de 2008

Beneath The Waves

[Nada a declarar. De resto, pra quem gosta, curtam essa óprea progressiva num clipe muito interessante.]


Composição: Arjen Lucassen

1. Beneath The Waves

[Daniel Gindelow:]
The water breaks the golden sunrays
Silver dances on the wave
But a memory...

I often dream about the old days
Playing hide and seek within the caves
But a memory...

[Bob Catley:]
I still feel the rising tides embrace me
Carrying me to a place unknown
But a memory...

I remember all the love they gave me
In this fluid world we call our home
But a memory...

[Anneke van Giersbergen, Floor Jansen:] Beneath the waves we were invincible
[Floor Jansen:] In a world without frontiers
[Anneke van Giersbergen:] World without walls
[Anneke van Giersbergen, Floor Jansen:] Beneath the waves we were inseparable
[Floor Jansen:] In a world without walls

[Steve Lee:]
Faces of cerulean oceans
Mirroring stars and sable skies
But a memory...

How I miss the sense of sweet emotions
Of a world so pure, devoid of cries
Blind a memory...

[Jorn Lande:] Beneath the waves we were unbeatable
[Floor Jansen:] In the silence of the sea;
[Jorn Lande:] In a world without frontiers
[Floor Jansen:] World without walls
[Jorn Lande:] Beneath the waves we were untouchable
[Floor Jansen:] In the kingdom of the free;
[Jorn Lande:] In a world without walls

[Steve Lee:] Beneath the waves we were invincible
[Floor Jansen:] In the silence of the sea;
[Steve Lee:] In a world without frontiers
[Floor Jansen:] World without walls
[Steve Lee:] Beneath the waves we were inseparable
[Floor Jansen:] In the kingdom of the free;
[Steve Lee:] In a world without walls

2. Face The Facts

[Hansi Kursch, Anneke van Giersbergen, Floor Jansen:]
Face the facts, there is no way back
Arise! It's time to act
Face the acts, our future is black
Our eyes were on the wrong track [x3]

3. But A Memory...

[Tom Englund:]
Water breaks the golden sunrays
Silver dances on the wave
But a memory...

I often dream about the old days
Playing hide and seek within the caves
But a memory...

4. World Without Walls

[Jorn Lande:] Beneath the waves we were unbeatable
[Floor Jansen:] In the silence of the sea
[Jorn Lande:] In a world without frontiers
[Floor Jansen:] World without walls
[Jorn Lande:] Beneath the waves we were untouchable
[Floor Jansen:] In our kingdom of the free
[Jorn Lande:] In a world without walls
[Floor Jansen:] World without walls
[Jorn Lande:] Beneath the waves we were invincible
[Floor Jansen:] In the silence of the sea
[Jorn Lande:] In a world without frontiers
Beneath the waves we were inseparable
[Floor Jansen:] In our kingdom of the free
[Jorn Lande:] In a world without walls

domingo, 1 de junho de 2008

Domingo em família

Nada como um domingo em família. Aquele que, às onze da madrugada te desperta com barulhos de crianças desafinando seus instrumentos musicais enquanto outras crianças, um pouco maiores e mais gordas, ficam rindo, batendo palmas; agitando. Depois, na TV, algum esporte emocionante: uma maratona. Verdadeira prova de superação daraça humana que me dá muito sono. Saí da frente da TV para um barulho pior: músicas que tocam na rádio. Crianças correndo com a bandeira do náutico. Muito barulho. Os mais velhos conversam sobre as mesmas coisas de sempre. Depois, fofocam sobre as mesmas pessoas. Fofocam sobre mim, na minha frente, zoando com o meu cabelo que ainda dorme. Isso é divertido. Passam por mim e perguntam o que faço deitado, sozinho, observando as pessoas lá do sofá. Respondo: " Estou meditando para tentar ignorar essa música que tá tocando no rádio". Risos.
Pessoas começam a condenar essas músicas semi-pornográficas, do chupa que é de uva, senta que é de menta... Fico pensando se havia alguma boa rima verbal pra morte. =P
O engraçado é que as pessoas que criticam pegam seus filhos nos braços e ficam cantando algo do gênero. E, depois, reclamam. Minha priminha Eduarda, de 4 anos, subiu na cadeira e fez uma performance. Dançou, rebolou, fez pose como uma stripper, passando as mãos pelos não-seios, empinando a undinha e tudo mais. As pessoas, rindo, comentam: "ela viu muito aquela novela que tem a stripper(de fato, falaram o nome da novela, mas meu aparelho cognitivo não teve capacidade de captar). Depois da dança, ela, menina de 4 anos de idade, ainda resmunga: "Danilo perdeu." Danilo, primo, de 6 anos.

Durante algum tempo eu venho criando um certo pavor a crianças. Folhinhas de papel em branco que são manchadas antes mesmo da auto-escrita, se é que há um, para certas pessoas. Enfim, talvez eu tenha mais pavor do que fazem com elas.
Agora, saindo, pois a pequena pediu pra jogar um jogo qualquer aqui no pc. =P