segunda-feira, 27 de julho de 2015

Corta o vento os meus lábios.
Sela o tempo com palavras que não vou dizer.
Dorme mansa a alegria, de tão intensa calmaria, que só mesmo o desespero dirige o meu destino.
Corre milhas de avaria, a fogueira do meu ser. Consome o sangue, combustível, derrama a fonte  outrora perene, a cada chama mais marcada, mais profunda a cicatriz.
Um rio sem chuva. Um mar de sal. As vidas secas. A terra nua. A alma velha, a perecer. Tímida cólera, se agita na escuridão. Como estrela, quer brilhar para a extinção. Aos tropeços, une as forças para explodir uma vez mais. Para marcar no tempo a emoção dessas palavras que não vou dizer. A Deus.