quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Pensei escrever uma prosa. Dessas cheias de cronismo, sartrismo: dessas de crise existencial. Das que dizem, depois desdizem: ponderam sem nada tocar.
Pensei prosear com rimas, com telas, palavras vazias. Pensei responder Bandeira, numa ode egológica, plena de cogito, de dúvidas, de reflexão.
Como um grito seria minha prosa; um corte fundo no meu silêncio. Uma promessa trôpega. Uma água densa e triste de tão vívida, entre a luz e o eu, entre os olhos e as lentes desgastadas de revelar o que os hipócritas não querem enxergar.
Pensei na prosa, mas, de repente, rubra, se esvai a pureza, tímida, por entre as pétalas de um enorme girassol, que esconde em pudor o apreço por tudo que é belo.
Desisti.