sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Talvez fosse preciso desafiar a lógica. Porém, nesta atitude de negação, surgiria a dialética? É possível assim chamar o movimento que nega um 'dado' que, num passado remoto, negou algo que agora se quer resgatar?Talvez eu esteja preocupado demais com o que os críticos diriam.
A idéia é: para afirmar algo, é preciso negar o outro? É preciso existir um 'oposto'? É preciso criá-lo, ou ainda, eu crio-lhe, invevitavelmente, a partir do meu 'Sim'? Não creio...

Biscoitos de aveia e mel?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Toda afirmação consistente de que o mundo é, faz ou deixa de fazer parece absurda. Posso descrever um fenômeno a partir de signos. Lanço ao chão um copo de vidro. Ele pode cair, abraçar o solo e partir em vários pedaços. Seus estilhaços podem voar no meu pé e cortá-lo. Eu posso sangrar, e este sangue pode ser vermelho. Aqui. Sangue humano costuma ser vermelho. Sim. Nós aprendemos isto de formas variadas. Levando cortes ou vendo outros sangrar. Nas primeiras aulas de biologia, que vão explicar a vermelhidão do sangue e fazê-la justificável. As minhas chaves não quebram quando eu as atiro ao chão de concreto. Não importa a força com a qual as arremesso. Elas são de metal. E metal, a certas condições ambientais, não quebra ou esfarela. Às vezes se pensa nisso. Noutras, pouco importa. Uma caneta, um lápis, uma pasta de dente, um vidro de perfume. O chão. O ar, o tempo, a rua, o almoço, a casa, o calor e a morte. Às vezes pensamos nisso. Noutras... Ops!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ah, o pensamento! Quantas das nossas vivências não estão impregnadas dele?...
É estranho e curioso. Apriorismos. Quantas das nossas ações se baseiam neles?... Ao ponto de, se falarmos da mesma coisa, não podemos acessar um ao outro e chegar à consciência da igualdade; presos na própria corrente de pensamento. Tantos desentendimentos ao julgar uma mesma cena: a atenção dispersa em partes distintas. É possível ver o todo? E se fosse, quão vertiginoso seria?

A teoria. Sim, e não. A experiência. Quantas e quantas e quantas idéias quebram na experiência? Quantas surgem, ou ressurgem? Está sentindo? É confuso. E se, não por acaso,


(silêncio).

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Aconteceu de novo. Eu estava na parada de ônibus. Sentado, respirando o ar quente que sai dos carros engarrafados no sinal fechado. Saindo de uma aula de inglês e conversas sobre visibilidade e invisibilidade social. Tentando explicar isso. Saí vazio. Sentei no banco da parada de ônibus e morri por alguns segundos. Não sei bem o por quê. O barulho dos motores. A sujeira nas latarias. A agressividade com que tudo treme a cada toque no acelerador. O fluxo incessante. Se você consegue olhar bem fundo, é como um imensa queda. Pouco a pouco, você percebe o relevo diferenciado da encosta. Você ruma ao abismo... Cai... Cai em si. É quase um choque a autoconsciência após essa "queda". Por um segundo, estranhei meu corpo e o lugar one estava. Por menos que isso, mal pude saber qual ônibus me levaria para casa. Fico pensando no que deve ser uma experiência de mundo. Se realmente já tive uma. Eu estava lá. Não sei bem por que me senti como a poeira que soltam os escapes. No momento em que o sinal abriu. Talvez as buzinas tenham me acordado. Talvez a presença de outros seres estranhos na parada de onibus que, sem o seu nome, nada seria além de uma coisa amorfa e, sem este adjetivo tosco, o quê? O silêncio. Talvez a música tenha me acordado. Ou talvez eu esteja apenas dormindo agora. Por que eu sou diferente daqueles motores raivosos? Por que somos diferentes desse bando de lata?
Pode soar estúpido (o quanto não somos, afinal?), mas, somos tão diferentes daquilo que fazemos?
Meu ônibus chegou e eu escutava algo assim:

"You can feel the waves coming on
(It's time to take the time)
Let them destroy you or carry you on
(It's time to take the time)
You're fighting the weight of the world
But no one can save you this time
Close your eyes
You can find all you need in your mind"



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